domingo, 28 de junho de 2009

Sonho

Em Memorial do Convento, tal como na vida humana, o sonho assume importância primordial. Reflictamos:
- A construção do convento e da passarola são resultado do sonho;
- O sonho pode traduzir-se na vontade que o homem sempre manifestou para ultrapassar a questão da mortalidade;
- O sonho permitiu ao homem aproximar-se de Deus através do seu talento;
- O sonho comanda a vida.

Sim, o sonho comanda a vida. Lembremos o que nos ensina o poema Pedra Filosofal, de António Gedeão.


sábado, 27 de junho de 2009

Pensamentos





A vida é uma constante aprendizagem. Memorial do Convento apresenta-nos alguns motivos de reflexão.

-"...os homens...valem sempre o mesmo, tudo e coisa nenhuma..." (cap.X);


-"...não há diferença nenhuma entre cem homens e cem formigas..." (cap.X);


-"...é bem pouco uma nuvem no céu comparada com a nuvem que está dentro do homem..." ( cap. XII)


-"...o mundo de cada um é os olhos que tem..." (cap. XX)

Escultor de palavras








Se perguntarmos, por exemplo, o que é uma casa, todos respondemos de forma diferente. Uns dirão que é um edífico; outros que é um conjunto de pessoas, lembranças, factores, cheiros, plantas ou animais. Saramago responde que para Baltasar Sete-Sóis e Blimunda Sete-Luas era olharem-se; que para Jesus era estar acompanhado por Maria de Magdala e que para Ricardo Reis era um lugar de trânsito e de vida em suspenso.
Saramago, através do edifício, revela sempre as intimidades da vida quotidiana, a grandeza e a fragilidade da vida. Saramago também é poeta!

Convido-vos à leitura de alguns dos seus poemas.


Aprendamos, Amor
Aprendamos, amor, com estes montes
Que, tão longe do mar, sabem o jeito
De banhar no azul dos horizontes.

Façamos o que é certo e de direito:
Dos desejos ocultos outras fontes
E desçamos ao mar do nosso leito.



As palavras são novas
As palavras são novas: nascem quando
No ar as projectamos em cristais
De macias ou duras ressonâncias

Somos iguais aos deuses, inventando
Na solidão do mundo estes sinais
Como pontes que arcam as distâncias.


No silêncio dos olhos
Em que língua se diz, em que nação,
Em que outra humanidade se aprendeu
A palavra que ordene a confusão
Que neste remoinho se teceu?
Que murmúrio de vento, que dourados
Cantos de ave pousada em altos ramos
Dirão, em som, as coisas que, calados,
No silêncio dos olhos confessamos?



Poema à boca fechada
Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

sábado, 20 de junho de 2009

Memorial do convento

Relembra a visita de estudo realizada a Mafra e alguns aspectos da obra Memorial do Convento através deste vídeo que nos apresenta uma leitura encenada da obra bastante bem conseguida!

Mundo...

Mundo...
Agitado,
Moderno,
Brilhante!
Ou doente?
Angustiado,
Violento,
Indiferente?

Aquela nuvem...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Memorial do Convento

Memorial do Convento é um dos mais populares romances de José Saramago. Podemos considerá-lo um romance histórico auto-reflexivo e ucrónico.
Evoca a História portuguesa do reinado de D. João V (séc. XVIII), à mistura com uma versão alternativa da História e aspectos do maravilhoso repletos de simbolismo.
Para conhecer melhor a obra de que falamos, proponho a realização das actividades que se encontram no site:

http://www.malhatlantica.pt/lpo/gracieteana/memorial_cruzadas.htm

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Do mundo da leitura à leitura do mundo


A leitura é um processo de contínua aprendizagem, ajuda-nos a pensar e a ler o mundo e a sua complexidade.
As bibliotecas são (e sempre foram) um importante instrumento de cultura e de inclusão social.

Convido-vos a visitarem um mundo mágico muito especial: o das bibliotecas itinerantes. O I Encontro Internacional das Bibliotecas Itinerantes realiza-se de 12 a 14 de Junho na Batalha.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Memória colectiva

Qualquer comemoração pretende demonstrar que o acontecimento remomorado, pelo seu carácter simbólico, deve permanecer no futuro. Podemos questionar se existirá neste enunciado - passado, presente, futuro - uma possibilidade de encontro? Sim , o passado da História e o presente da nossa memória permitem a consolidação de uma memória colectiva que permanecerá. No entanto, é importante que ela seja uma interpretação do passado ( e não o passado) e uma esperança no futuro.
Proibamos a obliteração da nossa memória colectiva.

sábado, 6 de junho de 2009

Para ti


PARA TI
[Mia Couto]

Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre

Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só olhar
amando de uma só vida

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Perdidamente

Folhas à solta

BEM-VINDOS!


Todos nós temos coisas que queremos guardar, quer seja por motivos pessoais, profissionais ou pura diversão. Folhas à solta é um espaço para guardar tudo aquilo que vale a pena.